"Continuo
a sentir-me angustiado. À tarde preguei ao povo, mas fiquei mais desanimado
acerca do trabalho do que antes; receio que seja impossível alcançar as almas.
Retirei-me e derramei a minha alma pedindo misericórdia, mas sem sentir alívio.
Completo
25 anos de idade hoje. Dói-me a alma ao pensar que vivi tão pouco para a glória
de Deus. Passei o dia na floresta sozinho, derramando a minha queixa perante o
Senhor.
Cerca
das 9 horas, saí para orar na mata. Depois do meio-dia, percebi que os índios
estavam se preparando para uma festa e uma dança... Em oração, senti o poder de
Deus e a minha alma extenuada como nunca antes na vida. Senti tanta agonia e
insisti com tanta veemência que, ao levantar-me, só consegui andar com
dificuldade. O Suor corria-me pelo rosto e pelo corpo. Reconheci que os pobres
índios se reuniam para adorar demônios e não a Deus; esse foi o motivo de eu
clamar ao Senhor que se apressasse em frustrar a reunião idólatra.
Assim,
passei a tarde orando incessantemente, pedindo o auxílio divino para que eu não
confiasse em mim mesmo. O que experimentei, enquanto orava, foi maravilhoso.
Parecia-me que não havia nada de importância em mim, a não ser a santidade de
coração e vida, e o anelo pela conversão dos pagãos a Deus. Desapareceram todos
os cuidados, receios e anelos; todos juntos pareciam de menor importância que o
sopro do vento.
Anelava que Deus adquirisse para si um nome entre os pagãos, e lhe fiz o meu apelo com
a maior ousadia, insistindo em que Ele reconhecesse que “eu o preferia à minha
maior alegria”. De fato, não me importava onde ou como eu morava, nem a fadiga
que tinha de suportar, se pudesse ganhar almas para Cristo. Continuei assim
toda a tarde e toda a noite".
Fonte: Heróis da Fé, Orlando Boyer, CPAD. p. 75, 76.
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